"Na primeira semana não se ganha, mas pode perder-se"

O trajeto de João Almeida ficará para sempre marcado por algumas das passagens que teve por Itália, entre aquele segundo lugar no Giro Sub-23 de 2018 e a surpreendente quarta posição na Giro de 2020 depois de quase duas semanas a vestir de rosa. O grande sonho de João Almeida sempre esteve em França, tendo essa oportunidade de fazer pela primeira vez o Tour em 2024 logo com um quarto posto na geral. Os caminhos de João Almeida, de uma forma ou outra, atravessaram sempre Espanha. Nos últimos cinco anos, entre o plano da Deceuninck Quick-Step e as apostas da UAE Team Emirates, fez mais de dez corridas de uma ou três semanas no país vizinho. Até 2025, nunca tinha ganho qualquer prova, a passagem pelo País Basco teve o condão de reescrever a história. Agora, segue-se a Vuelta. Uma Vuelta que ainda lhe vai trocando as voltas.
O português elegeu o Giro como prova predileta nos primeiros anos de carreira profissional, conseguindo em 2023 “vingar” esse quarto lugar agridoce de 2020 com uma presença no pódio atrás do dominador Primoz Roglic que deu um autêntico recital no contrarrelógio individual decisivo e de Geraint Thomas. Em paralelo, está talhado para ser um corredor de Tour, nesta fase ainda como principal escudeiro de um extraterrestre chamado Tadej Pogacar. Na Volta a Espanha está tudo resto. Para muitos, a terceira grande volta da época é aquela que melhor entronca nas características do Pantera; para todos, aquilo que o Pantera vale ainda não entroncou na devida classificação final. E é nesse contexto que João Almeida regressa às estradas.
Se no início da época a Vuelta era uma certeza, agora ainda sobram dúvidas. A primeira dúvida entronca no momento físico, depois de uma queda grave que levou à desistência no Tour. Por um lado, o facto de ter sido “poupado” a duas semanas duras na Volta a França poderia trazer benefícios mas a paragem devido à fratura numa costela impediu que conseguisse chegar ao nível de preparação que pretendia. A segunda dúvida tem a ver com a própria equipa, que não contará com o “eucalipto” Pogacar para secar tudo à sua volta em termos de protagonismo mas que irá apostar de forma surpreendente em Juan Ayuso, que fez duas clássicas após a desistência no Giro depois de um arranque em que ganhou o Tirreno-Adriático e foi segundo na Catalunha. A terceira dúvida é mais geral: terá a Emirates capacidade para travar o “comboio” da Visma?
Deu para tentar, não deu mesmo para conseguir: João Almeida desiste do Tour
“Tenho falado com o João, continua com algumas dores nas costelas mas quanto às feridas estão bem. A fratura que sofreu não é complicada mas era impossível seguir no Tour. Agora só tem de descansar e recuperar para estar na Vuelta. O plano é chegar a 100%”, frisara Joxean Matxin, diretor desportivo da UAE Team Emirates, por altura do final do Tour. “Três semanas, um sonho. Todo o tipo de dor. Todo o tipo de alegria. É assim o Tour. Um enorme respeito pelo pelotão – aqui não há vitórias fáceis. Orgulhoso de usar a amarela novamente e ainda mais orgulhoso das pessoas que tornaram isso possível. Vocês sabem quem são. João Almeida, sentimos a tua falta em Paris, mas a Vuelta está a chamar”, recordara também Tadej Pogacar após vencer a Volta a França pela quarta vez e antes de anunciar que não estaria em Espanha.
“É uma sensação especial começar a Vuelta como líder da equipa, especialmente com a forma que mostrei esta época. A recuperação da queda no Tour tem sido tranquila e as minhas sensações em treino têm vindo a melhorar. Espero continuar a progredir nas próximas semanas e estar perto do meu melhor nível no início da Vuelta. Temos um grupo forte à nossa volta e acredito que podemos lutar por algo grande”, frisou Almeida por altura do anúncio da equipa da Emirates que estaria presente na Vuelta, quase retribuindo toda a força que companheiros e diretores lhe foram passando após a queda em França. “A Vuelta é uma corrida muito especial para mim, a minha corrida em casa. Tenho estado a treinar bem, estou a sentir-me muito bem e estou focado a 100% em fazer uma boa corrida para a equipa”, apontara de forma lacónica Juan Ayuso.

▲ Depois de uma queda onde fraturou uma costela entre várias escoriações, João Almeida foi forçado a abandonar o Tour na nona etapa
CHRISTOPHE PETIT TESSON/EPA
Agora, na antecâmara do arranque da Volta a Espanha, os próprios sinais quase “empurravam” Almeida para a liderança da equipa numa fase em que tem tudo acertado para renovar com a UAE Team Emirates por mais dois anos até 2028 ao contrário de Juan Ayuso, que tem um vínculo longo com a equipa mas que deixou de ser representado pelo pai e assinou com um novo empresário numa alteração que alguns encararam como um “sinal” de que poderia estar a abrir a porta a outros voos para formações que procurem líderes para grandes corridas. “Sinto-me bem na equipa, tenho todos os recursos lá, tudo o que preciso para continuar a evoluir. É uma equipa que está bem encaminhada a longo prazo, continua a trabalhar e a esforçar-se para evoluir e melhorar em todos os aspetos É um meio que gosto, um ambiente que gosto. Gosto do staff, dos companheiros de equipa…”, assumiu o português em entrevistas aos jornais Record e A Bola.
????️ The Iberian duo is coming for it all! @TeamEmiratesUAE is at #LaVuelta25 for the win and won’t settle for less ????
????️ ¡El dúo ibérico viene a por todas! @TeamEmiratesUAE llega a #LaVuelta25 con un único objetivo: la victoria final en Madrid ???? pic.twitter.com/HGNhthcUPy
— La Vuelta (@lavuelta) August 21, 2025
“Relação com Ayuso? Damo-nos bem. Já tivemos alguns pequenos atritos no passado mas as coisas resolvem-se sempre no momento e fica resolvido. É natural, às vezes, acontecer esse tipo de coisas mas, no geral, damos-nos bem e vamos com o objetivo de ter sucesso como equipa, de ganhar etapas, de tentar ganhar também a Vuelta. Creio que tem tudo para correr bem. Problemas pela liderança? Penso que não. Tem de haver respeito mútuo, obviamente. Como temos um adversário bastante forte [Jonas Vingegaard], se pudermos jogar com duas cartas para cansar o nosso adversário creio que será uma grande vantagem. Há esse lado positivo”, apontou também Almeida, que voltou a mostrar a veia guerreira na projeção da última grande volta de 2025: pode não estar ainda a 100%, chega em “90% e muito de forma” e aponta a força da Visma como um potencial fator positivo por endurecer a corrida. Sobre favoritos, um: Jonas Vingegaard.
"Relação com Ayuso? Damo-nos bem. Já tivemos alguns pequenos atritos no passado mas as coisas resolvem-se sempre no momento. Vamos com o objetivo de ter sucesso como equipa, de ganhar etapas, de tentar ganhar também a Vuelta. Problemas pela liderança? Penso que não. Tem de haver respeito mútuo. Como temos um adversário bastante forte [Vingegaard], se pudermos jogar com duas cartas para cansar creio que será uma grande vantagem
João Almeida, corredor da UAE Team Emirates
“Sinto-me bem, as sensações são boas. Os treinos têm corrido bem. Obviamente que a preparação não foi a melhor mas começamos com otimismo. Penso que sou um dos corredores favoritos para discutir a corrida mas também considero que devido ao que se passou no Tour não chego com a melhor preparação de todas. Depois da queda, estive bastante tempo parado por causa da costela partida mas é o que temos. O pouco tempo que consegui treinar, correu tudo bem. A Visma leva uma equipa muito forte. Estou a contar que na primeira semana deem tudo, comecem a fazer diferenças e terei de dar o meu melhor e ser forte psicologicamente. Tendo em conta a situação, ficaria muito feliz com o pódio, é algo que ambiciono”, frisou. “O meu estado de forma será sempre um bocadinho uma incógnita. Vingegaard? Vai chegar bastante bem, numa forma divinal. A minha temporada tem sido, também, mais desgastante do que a dele”, acrescentou.
Em paralelo, João Almeida relativizou os “embates” que já teve com o dinamarquês na presente temporada e onde acabou por ser mais forte, da Volta ao Algarve ao Paris-Nice passando pelo contrarrelógio individual na semana inicial do Tour: “As coisas podem ser diferentes agora mas são resultados que nos dão motivação e mais confiança para esta Vuelta. Se já o consegui bater algumas vezes, porque não mais uma? Obviamente que o Tour é o Tour e ele no Tour está sempre num nível superior. Espero que nesta Volta a Espanha esteja um nivelzinho abaixo disso… Devemos começar com alguma ambição mas sempre com os pés assentes na terra. Se podia ter ido ao pódio do Tour? Só saberíamos se estivesse lá. Pessoalmente via-me no pódio quase de certeza mas nunca vamos descobrir, não é? Temos de esperar pelo próximo ano…”.

▲ João Almeida bateu Jonas Vingegaard em três momentos esta época: Volta ao Algarve, Paris-Nice (na foto) e contrarrelógio individual do Tour
ANNE-CHRISTINE POUJOULAT
“Treinei apenas duas semanas, pouco mais, a 100%, sem limitações. Mesmo assim estou num ponto de forma física minimamente bom. A recuperação da fratura correu bastante bem mas estive dez ou 11 dias sem tocar numa bicicleta, em repouso total… Não é uma preparação longa, sólida, e são três semanas de prova mas estou confiante. O Vingegaard leva uma equipa muito forte para todos os terrenos mas creio que acaba por favorecer-me porque vão querer assumir a corrida e endurecê-la, o que é bom para mim. Também levamos uma equipa igualmente forte, quase tão forte como a deles. A nossa equipa tem corredores que confiam em mim e sabem o que valho”, salientou, sem grandes destaques para já fora do aguardado duelo entre Visma-Lease a Bike e UAE Team Emirates, que será uma das chaves para decidir a edição de 2025.
We’re delighted to announce our eight-man squad for #LaVuelta25, with @JooAlmeida98 returning to lead the team after injury ????????????????
Offering the team plenty of options in the mountains, co-leader @juann_ayuso will make his third appearance in his home Grand Tour ????️ #WeAreUAE… pic.twitter.com/vbhlmRhxFC
— @UAE-TeamEmirates (@TeamEmiratesUAE) July 29, 2025
“Tenho muita vontade que a Vuelta chegue. Venho para tentar a vitória na classificação geral e com todo o apoio da equipa penso que é um objetivo realista. Há muitas etapas em que se podem marcar diferenças, por isso é importante estar bem logo desde início”, comentou Jonas Vingegaard aos meios da Visma-Lease a Bike. “A vitória na classificação geral é o nosso grande objetivo, não vale a pena estar com rodeios. O Jonas vai ser o nosso líder. Com o Sepp Kuss temos um antigo vencedor, o Matteo Jorgenson também recuperou bem depois do Tour. Com o Wilco Kelderman, o Ben Tulett, o Victor Campenaerts, o Dylan van Baarle e o Axel Zingle, contamos com uma equipa que pode ajudar em qualquer situação. Vamos ter muitas etapas interessantes, incluindo o contrarrelógio por equipas e o individual na 18.ª etapa, além das chegadas a Angliru e à Bola do Mundo [Guadarrama] que são especiais”, acrescentou o diretor Grischa Niermann.
???? The @vismaleaseabike hive arrives with the queen bee ready to claim #LaVuelta25! ????
???? La colmena de @vismaleaseabike llega con una abeja reina que quiere #LaVuelta25! ???? pic.twitter.com/2ErvuIdOlo
— La Vuelta (@lavuelta) August 21, 2025
A 90.ª edição da Volta a Espanha apresenta números em crescendo e com um recorde de 23 equipas entre os 184 corredores. Outras curiosidades: 25 membros da equipa de comissários, 305 meios de comunicação, 575 pessoas a acompanhar os atletas, 900 carros acreditados, cerca de mil jornalistas, fotógrafos e câmaras inscritos, 3.000 pessoas em torno de toda a máquina da organização, 8.000 polícias e demais efetivos de segurança, a expetativa de um milhão de espectadores por etapa em todo o mundo da prova que voltará a ser transmitida pelo Eurosport. E na estrada? 3.186 quilómetros para percorrer em 21 dias – com duas folgas pelo meio – entre quatro países (Itália, França, Andorra e Espanha), dez comunidades autónomas e 18 províncias espanholas. Locais que, em grande medida, João Almeida foi conhecendo ao longo do tempo.
As temporadas do corredor português, que entrou em 2020 no World Tour via Deceuninck Quick-Step e foi a partir de 2022 para a UAE Team Emirates, passaram sempre pelo país vizinho. Mais: em 11 participações em corridas de uma ou três semanas, só por uma ocasião ficou fora do top 10 (na Vuelta do ano passado, que teve de abandonar por doença), terminou seis vezes no pódio e chegou mesmo à vitória final numa edição, neste caso a Volta ao País Basco deste ano. O que falta? Para já, uma posição no top 3 da Vuelta. Para o futuro? Um grande triunfo numa grande volta de três semanas, sendo que Espanha poderá ser esse palco.
"Se não ficou com grandes sequelas e se não esteve parado demasiado tempo, penso que lhe terá feito bem [a João Almeida]. O Tour é uma corrida muito desgastante, é a mais exigente para um ciclista, pela velocidade e pela tensão permanente. Por isso, não disputar as três semanas até pode ter sido benéfico. Mas claro, cada corredor é diferente."
Alberto Contador, antigo campeão da Vuelta (2008, 2012 e 2014) e atual comentador do Eurosport
João Almeida já foi terceiro classificado na Volta a Burgos de 2020 atrás de Remco Evenepoel e Mikel Landa, foi terceiro na Volta à Catalunha de 2022 batido por Sergio Higuita e Richard Carapaz (destaques de uma das maiores fugas dos últimos anos, ao longo de mais de 100 quilómetros), foi segundo em Burgos em 2022 no duelo com Pavel Sivakov e voltou a ser terceiro na Catalunha em 2023 superado por Primoz Roglic e Remco Evenepoel. Já este ano, experimentando percursos diferentes, acabou em segundo a Volta à Comunidade Valenciana a 18 segundos de Santiago Buitrago e bateu Enric Mas e Max Schachmann no País Basco, no início do melhor período da temporada que teve depois as vitórias na Romandia e na Suíça. Olhando apenas para a Vuelta, esta será a quarta participação na prova depois do quarto lugar em 2022 (a vitória foi para Remco, com Enric Mas e o companheiro Juan Ayuso a fecharem o pódio), da nona posição em 2023 que foi dominada por completo pela Visma de Sepp Kuss, Vingegaard e Roglic e da desistência em 2024.
Ao contrário do que se passou no ano passado, em que Primoz Roglic terminou com mais de dois minutos de avanço sobre Ben O’Connor e Enric Mas, a luta voltará a estar reservada sobretudo para Visma e Emirates, com Sepp Kuss a tentar redimir-se da 14.ª posição de 2024 no apoio com Matteo Jorgenson e João Almeida a recuperar a voltar depois de uma amarga desistência após contrair Covid-19 quando estava no terceiro lugar da geral apenas atrás de Ben O’Connor (que “meteu” mais de seis minutos e meio na sexta etapa com chegada a Yunquera) e Primoz Roglic tendo a seu lado Juan Ayuso, Jay Vine, Marc Soler, Felix Grosschartner, Mikkel Bjerg, Domen Novak e Ivo Oliveira. Ainda assim, Alberto Contador, antigo corredor espanhol que ganhou por três ocasiões a Vuelta em 2008, 2012 e 2014, admite que surjam surpresas.
“Não creio que se possa dizer que vá ser apenas um duelo entre a Visma e a Emirates. Obviamente que são as equipas de referência mas em ciclismo tudo pode acontecer. É verdade que a Visma trouxe um bloco muito forte para proteger o Jonas Vingegaard mas acredito que também os restantes corredores têm capacidade para marcar a diferença”, aponta o comentador do Eurosport em declarações ao Observador, olhando para outros nomes que têm vindo a ser apontados como potenciais surpresas num ano sem Tadej Pogacar, Primoz Roglic ou Remco Evenepoel como Ben O’Connor, Jay Hindley, Egan Bernal, Derek Gee, Santiago Buitrago, Lorenzo Fortunato ou Giulio Ciccone, entre outros (Richard Carapaz adiou o regresso pela EF Education por lesão, Mikel Landa volta a figurar nas escolhas da Bahrain após uma longa paragem).

▲ João Almeida conseguiu a primeira grande vitória na geral de uma prova espanhola este ano, com o triunfo no País Basco
Tim De Waele
“Penso que ambas as equipas são muito fortes e tudo dependerá sobretudo do estado de forma em que cada líder chegar à Vuelta, mais do que propriamente dos nomes. A UAE Team Emirates apresenta-se com uma estrutura muito potente mas também a Visma traz corredores de grande qualidade como o Matteo Jorgenson, o Victor Campenaerts, o Dylan Van Baarle e o Sepp Kuss. As duas equipas parecem equilibradas e o fator decisivo será a condição física de cada um na última grande volta do ano”, acrescenta Contador, que é o quarto da lista dos corredores com mais grandes voltas conquistadas (total de sete, entre três Vueltas, dois Tour e dois Giro) apenas atrás de Eddy Merckx (11), Bernard Hinault (dez) e Jacques Anquetil (oito).
???? What an ???????????????????????????????? yesterday at the Torino team presentation.
???? Qué ???????????????????????????????? ayer en la presentación de equipos de Torino.
???? @cxcling pic.twitter.com/9TNe8qfVt8
— La Vuelta (@lavuelta) August 22, 2025
Falando especificamente de João Almeida, o espanhol coloca o corredor da UAE Team Emirates entre os melhores colocados e destaca que, caso tenha recuperado por completo das mazelas provocadas pela queda no final da primeira semana do Tour, as duas semanas de paragem até podem ser benéficas durante a Vuelta. “Creio que o descanso também pode ser positivo. Se não ficou com grandes sequelas e se não esteve parado demasiado tempo, penso que lhe terá feito bem. O Tour é uma corrida muito desgastante, é a mais exigente para um ciclista, pela velocidade e pela tensão permanente. Por isso, não disputar as três semanas até pode ter sido benéfico. Mas claro, cada corredor é diferente”, salienta Alberto Contador.
Depende de cada corredor, depende também da própria dinâmica das etapas. A prova que vai arrancar este sábado tem duas tiradas a abrir em solo transalpino sem aparentes dificuldades mas começa cedo a enfrentar média e alta montanha em Itália, França e Andorra com um contrarrelógio coletivo pelo meio antes da pausa em Pamplona no dia 1 de setembro que antecede autênticas “paredes” como o Angliru ou a Farrapona. É por isso que, analisando todo o traçado ao longo de 21 dias, Contador coloca tanto a tónica na importância dos dias antes da primeira pausa pela margem reduzida para um dia mais negativo que pode hipotecar tudo.
"Com o percurso que foi desenhado este ano, a etapa 14 já terá sete chegadas em alto, incluindo dois finais míticos como o Angliru e a Farrapona. Acredito que será uma Vuelta em que é preciso chegar já num ponto de forma muito elevado. É verdade que na primeira semana não se ganha a corrida, mas pode perder-se."
Alberto Contador, antigo campeão da Vuelta (2008, 2012 e 2014) e atual comentador do Eurosport
“Vai ser uma primeira semana mais decisiva do que é normal, é verdade. Com o percurso que foi desenhado este ano, a etapa 14 já terá sete chegadas em alto, incluindo dois finais míticos como o Angliru e a Farrapona. Acredito que será uma Vuelta em que é preciso chegar já num ponto de forma muito elevado. É verdade que na primeira semana não se ganha a corrida, mas pode perder-se”, alerta o antigo campeão que guarda uma boa memória dessas tiradas: foi em Angliru, no ano de 2017, que Contador, então ao serviço da Trek, conseguiu a derradeira vitória em etapa numa grande volta naquela que foi também a última Vuelta.
????????????????From Italy to Madrid????️ Are you ready for what is coming? ????????⛰️????????
????????????????De Italia a Madrid????️ ¿Estáis preparad@s para lo que viene? ????????⛰️????????
????️ 23/08 – 14/09
???? #LaVuelta25 ❤️ pic.twitter.com/a49zPtI9ep
— La Vuelta (@lavuelta) August 13, 2025
Por fim, e olhando também para o recorde de 23 equipas participantes na Volta a Espanha, o ex-corredor que passou por ONCE-Eroski, Discovery, Astana, Saxo Bank e Trek mostra-se satisfeito pelo momento que a sua modalidade de sempre atravessa. “Acho que o ciclismo tem evoluído e de forma muito positiva. Tornou-se muito mais profissional e isso vê-se no nível das corridas e nos orçamentos que as equipas movimentam. É um desporto muito rentável para os patrocinadores e considero uma excelente notícia o facto de haver cada vez mais equipas a disputar as grandes voltas”, concluiu Alberto Contador ao Observador.
observador